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Benefícios da fisioterapia pélvica para pessoas trans

Transgêneros são pessoas que não se identificam com o sexo que lhes foi designado durante o nascimento. Para realizar a mudança de gênero, algumas intervenções médicas são realizadas, mas, assim como qualquer outro procedimento, podem trazer efeitos colaterais indesejados. A fisioterapia pélvica para pessoas trans pode ser uma poderosa aliada no combate aos desconfortos antes, durante e após a transição.

A Organização das Nações Unidas (ONU), em sua campanha Livres & Iguais, que combate à homofobia e transfobia, definiu os tipos de transgeneridade como ‘Uma pessoa transgênero ou trans pode identificar-se como homem, mulher, trans-homem, trans-mulher, como pessoa não-binária ou com outros termos, tais como hijra, terceiro gênero, dois-espíritos, travesti, fa’afafine, gênero queer, transpinoy, muxe, waria e meti’.

Nesse conteúdo abordaremos principalmente dois tipos de pessoas transgêneros que podem se beneficiar da fisioterapia pélvica para pessoas trans: a mulher trans e o homem trans. Além disso, qualquer pessoa que passe pela cirurgia de redesignação sexual pode se beneficiar da fisioterapia pélvica.

Fisioterapia pélvica para pessoas trans

A fisioterapia pélvica trata as disfunções do assoalho pélvico, que podem estar enfraquecidos ou prejudicados por diversos fatores. O assoalho pélvico é o conjunto de músculos e ligamentos que sustentam órgãos como bexiga, útero, intestino e tudo que fica na região baixa do abdômen, como musculatura, nervos, vasos sanguíneos da região.

Certo, mas qual a ligação entre fisioterapia pélvica e pessoas trans? A fisioterapia é uma área da saúde que possui um vasto campo de especialidades, dentre elas a fisioterapia pélvica, também conhecida como fisioterapia uroginecológica, que envolve a atuação fisioterapêutica no pré e pós-operatório de cirurgias de redesignação sexual.

Apesar da literatura escassa envolvendo a fisioterapia pélvica no atendimento de pessoas trans, é de suma importância trazer esse assunto à tona, para atender as demandas específicas destas pessoas a fim de melhorar o acolhimento no sistema de saúde, extinguindo quaisquer tipos de discriminações.

Redesignação sexual para mulheres trans

Algumas mulheres trans optam por realizar a cirurgia de redesignação sexual em seu processo de transição física. No caso de mulheres trans, uma pessoa que nasceu com características do sexo masculino realiza procedimentos cirúrgicos para adquirir características físicas associadas ao sexo feminino. Nesse caso, haverá a amputação do pênis e a construção da vagina.

O primeiro caso documentado no Brasil de cirurgia de redesignação sexual de uma mulher trans ocorreu em 1971. Devido ao preconceito, o médico responsável, Dr. Roberto Farina, foi condenado a dois anos de prisão e depois absolvido, em um caso que gerou repercussão nacional e internacional.

Existem diferentes técnicas utilizadas na cirurgia de redesignação sexual, entretanto, as mais citadas pela literatura são: vaginoplastia com retalho peno escrotal e inversão peniana.

A vaginoplastia, realizada em mulheres trans, consiste na retirada interna do pênis. Em entrevista ao veículo de comunicação Queer, o especialista Farinazzo afirma que coloca a pele que recobre o pênis para dentro e se cria um espaço entre a bexiga e o reto.

É importante lembrar que a maioria das pessoas transgêneros optam por não realizar nenhuma cirurgia, muitas realizam apenas o tratamento hormonal.

Os motivos para não realizar a cirurgia são vários:

  • Os procedimentos são caros;
  • Existe a carência de profissionais habilitados para realizar os procedimentos;
  • A recuperação é delicada e exige cuidados;
  • A fila de espera no Sistema Único de Saúde (SUS) é longa.

Há também outros procedimentos realizados pelas mulheres trans para se sentirem em conformidade com suas identidades de gênero. Como exemplo podemos citar:

  • Cirurgias de aumento do volume mamário;
  • Retirada do pomo-de-adão;
  • Plásticas para gerar contorno no corpo;
  • Procedimentos feminizantes de face;
  • Tratamento de siliconoma (para mulheres trans que optaram por aplicar silicone de modo clandestino para efetuar procedimentos estéticos)

Redesignação sexual para homens trans

O processo de redesignação sexual para homens trans não é tão comum, pois os resultados não são tão satisfatórios. No caso dos homens trans consiste na reconstrução do pênis no lugar da vagina.

A prática mais comum se chama faloplastia. Em entrevista para o portal Queer, o especialista em cirurgias de redesignação, Farinazzo, explica: “Trata-se de uma cirurgia muito mais complexa e que consiste em muitos retalhos locais. Usa-se uma pele, geralmente da coxa, e com ela faz-se um tubo. Depois, precisamos criar uma uretra por onde vai sair a urina”.

Devido à alta complexidade, a grande cicatriz gerada na coxa (local onde é extraída a pele) e o fato do neofalo não ser funcional, a cirurgia não é tão procurada. Uma alternativa é a metoidioplastia, em que a criação de um neofalo é feita com o clítoris (que normalmente cresce com a terapia hormonal de testosterona, usada por homens trans para adquirir características masculinas).

Somente em 2019 o Ministério da Saúde incluiu os procedimentos de vaginectomia e metoidioplastia na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS. A neofaloplastia continua sendo permitida apenas como projeto de pesquisa.

Outras cirurgias que também costumam ser realizadas por homens trans inclui a remoção dos seios, do útero e também procedimentos de lipoaspiração.

🌈 🌈Leia também: Como a atrofia vaginal afeta homens trans

Como é feita a fisioterapia pélvica para pessoas trans

A dor pélvica é uma queixa comum em homens trans que iniciaram a hormonização e tiveram a suspensão dos ciclos menstruais. Até o momento sua gênese não está esclarecida, sendo multicausal. É importante considerar os efeitos da testosterona, como modificações metabólicas e/ou alterações no assoalho pélvico.

Além disso, para pessoas que optaram por realizar a cirurgia de redesignação sexual, há a possibilidade de ocorrer disfunções miccionais, evacuatórias e sexuais em função das alterações hormonais e estruturais que ocorrem durante todo o período da transgenitalização. É necessário o acompanhamento dos pacientes para evitar complicações, principalmente por ser um procedimento invasivo.

No período pré-operatório o fisioterapeuta terá um papel importante na orientação dos cuidados que o paciente terá que manter durante todo o processo. Como:

  • Ensinar a correta contração da musculatura do assoalho pélvico (MAP)
  • Conscientizar sobre quais as musculaturas envolvidas e seu correto relaxamento

No período pós-operatório o fisioterapeuta pélvico exercerá um papel ainda maior. Ele irá avaliar a dor do paciente (Escala Visual Analógica) e atuará no alívio de dores musculares com diversas técnicas. Dentre as mais utilizadas para o tratamento, estão:

  • Massagem perineal
  • Eletroestimulação
  • Cinesioterapia
  • Biofeedback

Para melhorar a força da musculatura, poderá se utilizar de recursos como:

  • Bola suíça, associada a atividades como dança ou gameterapia
  • Exercícios de Kegel
  • Eletroterapia
  • Exercícios isométricos
  • Cones vaginais para mulheres trans

A fisioterapia reduzirá significativamente os riscos de complicações tardias.

Outro ponto que também merece ser mencionado é que muitas pessoas trans optam por não realizar a cirurgia de redesignação sexual. Alguns homens trans, para se sentirem mais confortáveis com sua expressão de gênero, optam por utilizar Packers (próteses penianas móveis) e os exercícios de fortalecimento dos músculos pélvicos com exercícios diários de contração e relaxamento podem facilitar a sua utilização.

Benefícios do Vulvallux para tratamento fisioterápico de pessoas trans

As luzes do LED no comprimento de onda vermelho e infravermelho atuam na célula, melhorando o trabalho da mitocôndria ao gerar mais ATP. Assim, a célula funciona de maneira otimizada, em um processo conhecido como fotobiomodulação.

A manta de LED Vulvallux auxilia o fisioterapeuta no tratamento de pessoas trans que fizeram a cirurgia de redesignação sexual porque:

  • Acelera a cicatrização de feridas;
  • Promove o alívio da dor, inflamação e inchaço;
  • Estimula a circulação linfática e sanguínea;
  • Aumenta a produção de colágeno;
  • Potencializa os resultados de exercícios para incontinência urinária.

Homens trans que realizam terapia hormonal com testosterona e enfrentam ressecamento vaginal também podem se beneficiar do Vulvallux, pois ele aumenta a lubrificação.  

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