Durante muito tempo, falar de saúde íntima era quase sinônimo de falar exclusivamente do corpo feminino cisgênero. Porém, seja qual for o órgão sexual, mantê-la em dia é requisito para o bem-estar físico e o emocional – ninguém merece desconforto nessa área!
Neste guia especial, vamos explorar dicas e informações sobre a saúde íntima de forma abrangente, acolhendo mulheres cis, homens cis, homens trans, mulheres trans e pessoas não binárias.
Tudo em um tom descontraído, mas educativo e baseado em ciência, derrubando tabus e ajudando você a cuidar do corpo com conhecimento e leveza. 🥰
Saúde íntima: por que é assunto para todes?
Ao pensar nesse assunto, muita gente lembra apenas de mulheres cis e questões como infecções vaginais ou ISTs. Só que a realidade é bem mais diversa. Pessoas de todos os gêneros precisam ter cuidados particulares com suas partes íntimas:
- mulheres cis lidam com ciclos menstruais, pH vaginal e infecções urinárias;
- homens cis precisam se atentar à higiene genital, prevenção de ISTs e saúde da próstata;
- homens trans (em terapia de testosterona) podem ter secura vaginal;
- mulheres trans (após vaginoplastia) devem dilatar e cuidar da neovagina;
- pessoas não binárias precisam ser consideradas pelos profissionais de saúde sob um viés mais amplo que a lógica “ou homem ou mulher”.
Cada corpo tem suas particularidades – e todos merecem cuidado e informação. Infelizmente, no entanto, a falta de preparo de muitos profissionais e o preconceito fazem com que pessoas trans evitem consultas médicas de rotina.
Um estudo da PUCRS com 626 pessoas trans revelou que 66,3% das mulheres trans não procuram um médico para acompanhamento hormonal. Este é um dado preocupante, já que exames preventivos importantes acabam sendo negligenciados, aumentando o risco de problemas não diagnosticados a tempo.
Diante disso, é fundamental disseminar informações acessíveis sobre saúde íntima de forma inclusiva. Todo mundo sai ganhando quando entendemos nosso corpo e sabemos como mantê-lo saudável.
Primeiro, vamos relembrar alguns cuidados básicos que valem para qualquer pessoa. Em seguida, partimos para dicas especiais para o público trans e não binário.
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Cuidados básicos de saúde íntima para todos os corpos
Independentemente do seu sexo biológico ou da sua identidade de gênero, alguns cuidados gerais são:
Higiene adequada
Lave diariamente a região íntima externa com água e sabão neutro (ou produtos específicos). Evite duchas internas desnecessárias e produtos com perfume forte, que podem desequilibrar a flora natural.
Se você tem pênis, higienize bem a glande (cabeça) e seque a área após o banho.
Roupas íntimas “respiráveis”
Prefira calcinhas, cuecas de algodão, que permitem ventilação e evitam excesso de umidade. Tecidos sintéticos podem abafar a área e facilitar a proliferação de fungos.
Também evite ficar muito tempo com roupa de banho molhada – umidade prolongada é a receita certa para irritações.
Sexo seguro sempre
A camisinha (masculina ou feminina) é aliada da saúde íntima, prevenindo infecções sexualmente transmissíveis. Não importa quais genitais estão na relação, proteção é essencial. Lubrificantes à base de água também ajudam a evitar desconforto e microlesões durante o sexo.
Com esses cuidados básicos, boa parte dos problemas mais comuns pode ser evitada. Mas, e quando entramos em situações específicas, como mudanças hormonais ou cirurgias? Aí entram algumas medidas extras, especialmente relevantes para pessoas trans e não binárias.
Pessoas trans e não binárias: desafios e cuidados especiais
Cada pessoa transgênero ou não binária trilha uma jornada única, entretanto alguns desafios de saúde íntima são comuns. Mudanças hormonais e procedimentos de afirmação de gênero trazem impactos no corpo – e é importante saber como lidar com eles.
Terapia hormonal, secura vaginal e neovagina
Homens trans em uso de testosterona costumam perceber redução da lubrificação e até atrofia vaginal (afinamento e ressecamento da mucosa). Isso pode causar desconforto e dor nas relações.
Já mulheres trans que passaram pela vaginoplastia precisam adotar uma rotina especial: usar dilatadores regularmente para manter a neovagina saudável e redobrar cuidados com higiene e cicatrização.
Packers e tucking
Muitos homens trans usam packers (próteses penianas) e muitas mulheres trans praticam tucking (posicionar os genitais para não marcar a roupa).
Esses recursos ajudam na afirmação de gênero, mas também podem gerar incômodos. Fitas adesivas, cintas apertadas e calor excessivo causam atrito e pouca ventilação, favorecendo irritações. Algumas dicas para evitar problemas incluem:
- Mantenha a pele hidratada. Aplique hidratantes específicos na região íntima (sem álcool ou fragrâncias) para prevenir ressecamento e fissuras.
- Dê pausas. Sempre que possível, alivie a pressão do packer ou do tucking por alguns períodos ao longo do dia para a pele “respirar”.
- Prefira bons tecidos. Roupas íntimas de algodão ou outros tecidos macios ajudam a minimizar suor e atrito.
- Use a tecnologia a seu favor. Considere a LEDterapia. Uma placa de LED voltada à região íntima – como o Vulvallux – ajuda a equilibrar a microbiota local e aumentar a hidratação e o conforto da pele.
Se mesmo com esses cuidados surgirem irritações persistentes ou dores, não hesite em buscar um profissional de saúde de confiança (de preferência capacitado no atendimento ao público trans).
Além disso, a saúde íntima inclui os exames preventivos adequados a cada caso. Homens trans com colo do útero devem fazer o exame Papanicolau regularmente e mulheres trans podem precisar de acompanhamento urológico após a cirurgia. Tudo isso faz parte do autocuidado.
LEDterapia: uma aliada tecnológica para a saúde íntima
Você já ouviu falar em LEDterapia íntima? Se a ideia de usar luzes de LED para cuidar da região genital parece ficção científica, saiba que a ciência por trás disso é bem real – e promissora.
A fotobiomodulação, ou LEDterapia, consiste em aplicar luz vermelha e infravermelha de baixa intensidade nos tecidos, estimulando as células a trabalharem melhor. Essa técnica já é usada há décadas em áreas como dermatologia (para acelerar cicatrizações) e, mais recentemente, em fisioterapia, incluindo a fisioterapia pélvica.
Como a luz ajuda?
Simplificando, a energia luminosa é absorvida pelas células e desencadeia uma série de efeitos positivos:
- melhora da circulação local;
- estímulo à produção de colágeno e elastina (proteínas que dão firmeza aos tecidos);
- redução de inflamações.
O resultado prático? Tecidos mais saudáveis, com melhor lubrificação, elasticidade e capacidade de regeneração.
Diversos estudos científicos recentes já investigaram essa tecnologia aplicada à região íntima e os resultados são animadores. Por exemplo, pesquisas indicam que a fotobiomodulação melhora a vascularização e estimula a produção de colágeno no tecido vaginal – exatamente o que é preciso para combater o ressecamento e a perda de elasticidade.
Em um estudo de 2018 com mulheres sofrendo de síndrome geniturinária da menopausa (que inclui atrofia vaginal), o uso de LEDs intravaginais também melhorou indicadores de saúde vaginal e a função sexual das participantes, mostrando-se uma alternativa eficaz e não invasiva.
E-book gratuito: Vulvallux para pessoas trans
Informação de qualidade empodera – e em saúde íntima isso é especialmente verdade. Pensando em acolher e orientar o público trans, a equipe Vulvallux desenvolveu um e-book exclusivo: Vulvallux para Pessoas Trans: Guia Completo.
Esse material gratuito aborda, de forma didática e acessível, tópicos essenciais, como:
- como é o processo de redesignação sexual no Brasil;
- maneiras de lidar com efeitos da hormonização na região íntima (como o ressecamento vaginal causado pela testosterona);
- cuidados para quem faz tucking;
- fisioterapia pélvica e LEDterapia para potencializar a transição de gênero.
O conteúdo foi criado com base em pesquisas atualizadas e recomendações de especialistas, garantindo informações confiáveis.
Conclusão: saúde íntima com orgulho
Cuidar da saúde íntima vai muito além de evitar doenças – é um ato de amor-próprio e afirmação.
Quando entendemos que cada corpo tem suas necessidades e passamos a olhar para nossa intimidade sem preconceitos, ganhamos autonomia sobre nosso bem-estar.
Este guia mostrou que, seja através de novos hábitos de higiene ou adotando novas tecnologias como a LEDterapia, é possível manter a região íntima sempre saudável e confortável. O importante é lembrar que saúde íntima não tem gênero!
Quer ver mais detalhes dos estudos? Confira o artigo Estudos comprovam a eficácia da manta de LED Vulvallux, no qual resumimos diversas pesquisas sobre o tema!
Referências bibliográficas
- ALMINHANA, Vanessa Oliveira; SANTOS, Helen Barbosa dos; DETONI, Priscila Pavan; COSTA, Angelo Brandelli. Cuidados em saúde na população não binária: estudo exploratório com identidades não binárias de gênero. Psicologia e Saber Social, v. 11, n. 1, p. 339-367, 2022. e-ISSN 2238-779X. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/psi-sabersocial/article/view/87119/51159. Acesso em: 26 fev. 2025.