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Os 5 problemas sexuais mais comuns

Falar sobre sexo, apesar dos avanços, ainda é um tabu para muitas pessoas, o que gera uma cascata de desinformação e sentimentos negativos nos indivíduos que sofrem com alguma disfunção e tem vergonha de procurar ajuda para o problema — ou sequer sabem que possuem algum.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a atividade sexual como um dos critérios para avaliar a qualidade de vida individual. Mais além, o psicólogo Maslow, em sua pirâmide de necessidades básicas, classificou o sexo como tão importante quanto outras atividades fisiológicas.

Apesar de essencial, nem tudo é só prazer. Muitas pessoas sofrem de problemas que interferem na aquisição de uma vida sexual plena. Felizmente, boa parte dos problemas pode ser tratado. Mesmo que você não esteja passando por isso, seu parceiro ou parceira pode estar enfrentando essa situação. 

Conhecer as disfunções que mais afetam sexualmente a vida dos indivíduos lhe dará ferramentas para lidar com a situação de forma equilibrada. No texto iremos conhecer os 5 problemas sexuais mais comuns para pessoas com vulva e pessoas com pênis. Vamos lá?

O que é disfunção sexual?

Antes de iniciarmos nosso bate-papo sobre problemas sexuais, começamos com uma pergunta: você sabe como podemos definir uma disfunção sexual? Para fazer isso, precisamos entender primeiramente o que os especialistas entendem como um ciclo sexual saudável.

Seguindo os modelos mais aceitos pelos médicos, baseados nos estudos de Masters e Johnson (1984) e de Kaplan (1977), a resposta sexual saudável é composta de quatro etapas: desejo, excitação, orgasmo e resolução.

A disfunção sexual acontece quando há algum problema nessas etapas, que pode ser por excesso, falta, desconforto ou dor durante alguma delas, que pode se manifestar de forma pontual ou constante. Tendo isso em mente, a seguir, conheceremos os 5 problemas sexuais mais comuns em homens e mulheres.

Os 5 problemas sexuais mais comuns em mulheres cis

As causas para as disfunções sexuais podem ter diversas origens e incluem componentes biopsicossociais, sendo eles: biológicos, psicológicos e sociais.

É importante lembrar que na presença de qualquer destes desconfortos é importante que você ou seu(ua) parceiro(a) consulte um especialista, pois estas disfunções podem ser apenas sinais de outra doença preexistente.

Desejo sexual hipoativo

De acordo com a Associação Psiquiátrica Americana, o transtorno do desejo sexual hipoativo (DSH) se caracteriza pela “deficiência ou ausência de fantasias sexuais e desejo de ter atividade sexual”.

As causas do desejo sexual hipoativo podem ser biológicas, psíquicas e sociais. No campo biológico a causa pode ser alterações hormonais relacionadas a menopausa, diabetes, uso de anticoncepcionais, e outras questões que podem ser avaliadas por um médico.

Psicologicamente, a causa pode estar relacionada a depressão, ansiedade, histórico de abusos sexuais, e outros. Dificuldades no relacionamento pessoal, auto imagem distorcida, autoconfiança abalada, podem ser tanto causas como consequências do DSH.

Anorgasmia

A anorgasmia corresponde a dificuldade ou incapacidade de alcançar o orgasmo após uma fase normal de excitação sexual. Um mínimo de seis meses com o sintoma recorrente deve ser considerado para realizar o diagnóstico. 

Além disso, é necessário considerar a condição do(a) parceiro(a) do paciente. Por exemplo, uma pessoa com ejaculação precoce pode induzir o(a) parceiro(a) a acreditar que não consegue alcançar o orgasmo, quando na verdade essa pessoa não teve oportunidade de completar o ciclo.

De acordo com um estudo pernambucano, a anorgasmia afeta cerca de 35% das pessoas com vulva no Brasil. A causa tem origem variada, como uso de medicamentos (particularmente os inibidores seletivos de recaptação de serotonina), diabetes, etc. 

Relacionamentos difíceis e problemas psicológicos também estão entre as causas da disfunção. A idade também pode ser um diferenciador, pois pessoas mais jovens tendem a ter dificuldades para relaxar durante a relação.

Vaginismo

O vaginismo faz parte do grupo de transtornos sexuais dolorosos, e segundo a psiquiatra Carmita Abdo, é caracterizado como “contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo adjacentes ao terço inferior da vagina, quando é tentada a penetração vaginal com pênis, dedo, tampão ou espéculo”.

Cerca de 3 a 5% das mulheres sentem dor durante as relações sexuais decorrente do vaginismo, e uma das principais causas é a ansiedade que precede a penetração. Há também vaginismo de origem fisiológica, que pode ser sintoma de doenças como infecção, tumor, lesão, doença sexualmente transmissível, e outros.

Muitas pessoas enfrentam esse problema e não sabem que existe tratamento para os sintomas. O diagnóstico muitas vezes é postergado devido ao tabu para falar de sexo.

👉👉 Leia mais: Entenda o que é vaginismo

Dispareunia

A dispareunia é comumente confundida com o vaginismo, pois ambas as disfunções fazem parte do grupo de transtornos dolorosos. Ela pode afetar homens e mulheres e se caracteriza pela dor durante o ato sexual

O vaginismo é principalmente caracterizado pela grande dificuldade de ocorrer penetração na vagina, enquanto a dispareunia é um desconforto que ocorre durante e após a relação.

Há 3 tipos de dores: vulvodínia, que ocorre na região externa da vagina, caracterizada por:

  • Queimação e sensibilidade; 
  • Uterina, que acontece no fundo da vagina e é associada a problemas no útero; 
  • Dor no meio, que pode ser causada por questões musculares ou uterinas.

Assim como outros transtornos, pode ter sua origem devido a problemas psicológicos e fisiológicos.

Transtorno da excitação sexual

A Associação Psiquiátrica Americana classifica o transtorno de excitação sexual como “Incapacidade persistente ou recorrente de adquirir ou manter uma resposta de excitação sexual adequada de lubrificação-turgescência até a consumação da atividade sexual”.

Popularmente conhecido como frigidez, não deve ser confundido com o transtorno do desejo sexual hipoativo (DSH), pois esta segunda é sobre o desejo sexual, que envolve muito mais a parte mental, popularmente chamada de libido. 

Já o transtorno da excitação sexual envolve mais a resposta física, como a capacidade de ter lubrificação e manter a ereção.

Pode ser causado por experiências sexuais não recompensadoras, fatores físicos e também psicológicos.

Os 5 problemas sexuais mais comuns em homens cis

Engana-se quem imagina que somente mulheres cis enfrentam tabus ao falar de sexo. Em um modelo de sociedade em que persiste o machismo, é ainda difícil para homens se abrirem sobre qualquer assunto que coloque em xeque a sua virilidade, o que faz com que muitas pessoas escondam o problema, apresentem quadros de ansiedade ou busquem soluções na automedicação. A seguir, vamos entender quais disfunções mais afetam a saúde íntima das pessoas com pênis.

Ejaculação precoce

Quando ocorre uma ejaculação precoce o paciente alcança o orgasmo excessivamente rápido, e a pessoa que sofre dessa condição não consegue controlar, já que o orgasmo ocorre de forma involuntária.

A ejaculação precoce é o problema sexual mais comum na população masculina, ocorrendo em 30% a 40% dos homens adultos.

O quadro é comum na adolescência e pode afetar adultos também. A origem pode ter diversas causas, como:

  • Ansiedade; 
  • Uso de medicamentos; 
  • Diabetes;
  • Estresse;
  • Inflamação na próstata;

E outras condições.

Disfunção erétil

Na disfunção erétil, a pessoa não consegue manter uma ereção do pênis que possibilite uma relação sexual duradoura. É necessário avaliar com que frequência isso ocorre para ter certeza que realmente se trata de disfunção erétil. Uma falha ocasional não configura uma disfunção.

A disfunção erétil é comumente confundida com impotência sexual, e os especialistas explicam que: “Impotência sexual é o conjunto de comorbidades que prejudicam a vida do paciente. Já a disfunção erétil é uma das condições que está contida nesse grupo”.

Normalmente atinge pessoas com mais de 40 anos de idade e pode ter origens físicas e psicológicas.

Síndrome do déficit de testosterona

A testosterona é o principal hormônio masculino e quando está em falta pode trazer diversos prejuízos ao paciente. Os sintomas sexuais mais evidentes são:

  • Redução da libido;
  • Disfunção erétil;
  • Diminuição das ereções espontâneas matinais;
  • Dificuldade de atingir o orgasmo.

As causas podem ter diversas origens físicas como: lesão testicular, tumor, infecção, idade avançada, entre outros.

Priapismo

O priapismo ocorre quando há uma ereção prolongada e dolorosa que não envolve necessariamente o desejo e a excitação sexual. Quem sofre com o problema precisa ser atendido com emergência.

Algumas condições que têm relação com o surgimento do priapismo são o uso de medicamentos, problemas neurológicos, leucemia, entre outras. 

Peyronie

Durante a ereção os homens cis podem apresentar uma leve curvatura no pênis, no entanto, quem sofre com Peyronie tem uma curvatura mais acentuada. A doença é causada devido a um espessamento de um tecido fibroso que contrai a forma do pênis, alterando o seu formato e dificultando qualquer relação sexual.

A doença chega a atingir 10% dos homens no Brasil e é de caráter hereditário, mas pode ser causada por traumas e fraturas do pênis, diabetes, avanço da idade, e mais desordens.

Consequências dos problemas sexuais

As desordens sexuais podem trazer diversos problemas de ordem pessoal e sobretudo conflitos conjugais, que afetam diretamente o emocional do indivíduo.

Baixa autoestima, falta de confiança, estresse, constrangimento, isolamento social, depressão são reações comuns para quem sofre com disfunções sexuais, que passam a ter sua vida interpessoal prejudicada.

A vergonha pode chegar até mesmo a ser um impeditivo para as pessoas que sofrem com o problema procurarem um médico e assim ficarem suscetíveis a outras doenças.

É importante ter o conhecimento dessas patologias para procurar ajuda com um especialista, pois a maioria dos casos tem uma resposta melhor ao tratamento quando identificado logo no início.

👉👉 Continue o seu aprendizado, leia o próximo conteúdo do blog: Como o Vulvallux pode ajudar nas relações íntimas

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