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ISTs: o que são e como se prevenir

Sabemos que momentos empolgantes, como aqueles que acontecem em festas de Carnaval, baladas, shows podem gerar ambientes descontraídos que favorecem a interação, e talvez algo ainda mais picante, com os estímulos necessários para o início de uma paquera.

Aquele flerte com alguém interessante pode então seguir para algo mais profundo e então beijos, carícias, dedos, e muito mais entram literalmente em ação.

Nesse cenário, algo que está escondido além das roupas pode vir a se manifestar mais tarde: as temidas ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Para te ajudar a curtir o momento sem preocupações futuras, neste artigo vamos conversar sobre o que são ISTs e como você pode se prevenir.

O que são ISTs

ISTs é a sigla para Infecções Sexualmente Transmissíveis. São doenças causadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas que são transmitidos principalmente por meio do contato sexual desprotegido.

Essas infecções podem ser transmitidas através de relação sexual vaginal, anal ou oral, e também podem ser transmitidas através do compartilhamento de agulhas ou de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação.

Conheça as principais ISTs

A seguir listamos as principais ISTs e seus sintomas, modo de transmissão, prevenção, tratamento e se há cura para a condição. Fique de olho:

Herpes Genital

É uma infecção causada por um vírus.

  • Transmissão: Via sexo desprotegido (sem camisinha) e pode ocorrer também por meio de contato com feridas visíveis.
  • Sintomas: Aparecimento de bolhas ou úlceras dolorosas na área genital, coceira, dor ao urinar e inflamação dos gânglios linfáticos na virilha.
  • Prevenção: Uso de preservativo.
  • Tratamento: Medicamentos orais ou pomadas, que podem ajudar a aliviar os sintomas, reduzir a gravidade do surto e diminuir a frequência das recorrências.
  • Cura: Não há.

Sífilis

É causada pela bactéria Treponema pallidum.

  • Transmissão: Sexo desprotegido (anal, vaginal, oral) e de mãe para o feto durante a gravidez.
  • Sintomas: O primeiro estágio é caracterizado por uma ferida indolor e não coçante, chamada de cancro, que geralmente aparece nos órgãos genitais, ânus, boca ou outras áreas do corpo em contato com a infecção. O segundo estágio pode envolver erupções cutâneas, lesões nas mucosas, febre, mal-estar geral e aumento dos linfonodos. Se não for tratada, a sífilis pode progredir para os estágios tardios, onde podem ocorrer problemas neurológicos, cardiovasculares e danos a órgãos internos.
  • Prevenção: Ainda é o preservativo durante o ato sexual, embora a transmissão possa ocorrer em áreas não cobertas com o preservativo.
  • Tratamento: tratada com antibióticos, geralmente por meio de injeções de penicilina.
  • Cura: É possível se curar quando está no estágio inicial.

Gonorreia

Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.

  • Transmissão: via sexo desprotegido (via oral, anal e vaginal).
  • Sintomas: podem incluir dor ou sensação de queimação ao urinar, aumento da frequência urinária, corrimento anormal da uretra ou vagina, dor ou inchaço nos testículos ou nos órgãos genitais femininos, dor durante a relação sexual e sangramento vaginal fora do período menstrual.
  • Prevenção: uso de preservativos.
  • Tratamento: pode ser tratada com antibióticos.
  • Cura: Sim.

Clamídia

É causada pela bactéria Chlamydia trachomatis.

  • Transmissão: sexo desprotegido com uma pessoa infectada.
  • Sintomas: muitas vezes ausente, o que dificulta o diagnóstico precoce. Quando há sintomas, podem incluir corrimento anormal do pênis ou da vagina, dor ou ardor ao urinar, dor abdominal, sangramento entre os períodos menstruais, dor durante as relações sexuais e inchaço/testículos sensíveis.
  • Prevenção: uso de preservativos.
  • Tratamento: feito com administração de antibióticos.
  • Cura: Sim.

HIV

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana.

  • Transmissão: contato direto com fluidos corporais de uma pessoa infectada, como sangue, sêmen, secreções vaginais e leite materno.
  • Sintomas: Durante a fase inicial da infecção, chamada de infecção aguda, é comum apresentar sintomas semelhantes aos de uma gripe. Em seguida, a pessoa pode permanecer assintomática por anos, até que a doença progrida para a fase em que o sistema imunológico está gravemente comprometido e a pessoa é mais propensa a desenvolver infecções oportunistas e cânceres.
  • Prevenção: sexo protegido e não realizar o compartilhamento de agulhas e objetos perfurocortantes.
  • Tratamento: o tratamento antirretroviral (TARV) pode controlar a replicação do vírus e retardar a progressão da doença.
  • Cura: Não.

HPV (Papilomavírus humano)

Causada por um vírus, existem mais de 100 tipos de HPV, sendo que alguns deles estão associados ao desenvolvimento de verrugas genitais e outros à formação de lesões pré-cancerosas e cânceres, como o câncer de colo do útero, ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe.

  • Transmissão: A principal forma de transmissão do HPV é através do contato direto da pele ou mucosas infectadas durante a relação sexual, incluindo vaginal, anal e oral. No entanto, o HPV também pode ser transmitido pelo contato com objetos contaminados, como roupas íntimas ou toalhas.
  • Sintomas: muitas vezes é assintomático. Em alguns casos podem aparecer verrugas (tanto no pênis quanto na vagina) e em casos mais graves pode progredir para câncer.
  • Prevenção: envolve a adoção de práticas seguras, como o uso de preservativo durante a relação sexual e a vacinação.
  • Tratamento: O tratamento das verrugas genitais pode incluir a aplicação de medicamentos tópicos, cauterização ou cirurgia. Já no caso das lesões pré-cancerosas e do câncer, o tratamento pode envolver a remoção cirúrgica, radioterapia ou quimioterapia, dependendo do estágio da doença.
  • Cura: Não há cura, porém existe vacinação para prevenir a doença.

Hepatite B

É uma doença inflamatória do fígado causada pelo vírus da hepatite B (HBV).

  • Transmissão: a transmissão do vírus ocorre principalmente através do contato direto com o sangue, sêmen, secreções vaginais ou saliva de uma pessoa infectada.
  • Sintomas: pode ser assintomático. Quando há sintomas, incluem fadiga, febre baixa, falta de apetite, náuseas, vômitos, dor abdominal, urina escura, fezes claras e icterícia (pele e olhos amarelados).
  • Prevenção: vacinação contra a hepatite B, utilizar práticas de sexo seguro, não compartilhar agulhas ou outros equipamentos perfurocortantes.
  • Tratamento: existem tratamentos que podem ajudar a controlar o vírus e reduzir os danos ao fígado.
  • Cura: Não, porém há vacina para prevenção da doença.

Existem ainda outras doenças que você deve ficar de olho, como:

  • Hepatite C
  • Tricomoníase
  • Molusco contagioso (Molluscum contagiosum)
  • Donovanose
  • Pediculose púbica (chatos)
  • Candidíase genital

Saúde sexual na comunidade LGBTQIA+

Existe uma padronização de que as relações sexuais se baseiam apenas no sexo com pênis e vagina, sem incluir a relação de penetração anal, a relação vulva-vulva, uso de acessórios e outras práticas.

Essas práticas sexuais também podem trazer o risco de contaminação por ISTs, por isso, a prevenção deve ser a mesma, independentemente do tipo de relação.  

Cuidados em saúde nas práticas sexuais diversas

Algumas práticas sexuais são negligenciadas para os cuidados preventivos de contaminação por ISTs, e embora fujam do padrão pênis-vagina, também podem apresentar risco de contaminação.

Práticas sexuais como BDSM, bukkake, fisting, pissing, scat, menofilia, entre outras, requerem orientações específicas para prevenção de infecções e outros riscos associados.

BDSM

BDSM é a sigla que denomina um conjunto de práticas consensuais envolvendo bondage e disciplina, dominação e submissão, sadomasoquismo e outros tipos de comportamento sexual humano relacionados.

A higiene de objetos, como chicotes ou outros que possam estar relacionados a microssangramentos, deve ser feita com água e sabão, podendo-se utilizar antissépticos a fim de prevenir o risco de transmissão de hepatite B, C e HIV.

Bukkake

Bukkake é uma atividade sexual em que várias pessoas ejaculam sobre outra.

No sêmen humano já foram encontrados agentes infecciosos, como: citomegalovírus, HIV, hepatites B e C e SARS-CoV-2. Também pode haver contaminação do esperma por conta de uretrites gonocócicas, lesões da sífilis ou úlceras genitais.

Recomenda-se que o praticante evite contato direto do sêmen com feridas e conjuntiva ocular.

Fisting

É uma prática na qual há a introdução usualmente da mão, podendo ser também o punho e o antebraço, no ânus ou na vagina.

Devido ao grande risco de sangramentos e contato com fezes e urina, o uso de prolifaxia pré-exposição e pós-exposição, e vacinas contra hepatite A e B são recomendadas.

Pissing

Pissing é uma prática em que várias pessoas urinam sobre alguém.

A urina é estéril, a não ser que a pessoa tenha infecção urinária, uretrite ou contaminação por conta de lesão dermatológica. Nesses casos, há risco de transmissão de IST no contato com feridas ou mucosas.

Scat

É definida como atividade sexual que envolve fezes.

As fezes contêm inúmeras bactérias, fungos, protozoários, parasitas, gonococo, clamídia e vírus da hepatite A e SARS-CoV-2. Caso tenha sangue, pode trazer riscos de infecção por HIV e hepatites B e C.

Sugere-se a vacinação para hepatite A e B.

Menofilia

Quando há excitação sexual na prática com sangue menstrual, denomina-se menofilia.

O sangue menstrual pode conter treponema, HIV e hepatites B e C. Sorologias de IST periódicas de acordo com o risco e vacinação para hepatite B estão recomendadas.

Acessórios sexuais

O uso de acessórios sexuais é frequente e muito utilizado, porém sem a correta higienização, também pode trazer riscos de contaminação por ISTs.

A orientação para uso de preservativos externo e interno para revestir os acessórios e equipamentos pode prevenir a transmissão de IST. Se houver mudança do local da penetração, o preservativo deve ser trocado.

A higiene dos acessórios deve ser cuidadosa para evitar transmitir infecções.

Vulvallux trata ISTs?

O Vulvallux é um produto muito querido no cuidado íntimo, pois oferece diversos benefícios. No entanto, é importante ressaltar que ele não possui eficácia no tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Caso você esteja passando por um tratamento contra uma IST, é recomendável que pause o uso do Vulvallux e só retome após finalizar o seu tratamento e receber a liberação médica. Isso ocorre porque as ISTs exigem tratamentos específicos e adequados, além de uma supervisão médica constante.

As informações apresentadas aqui têm apenas cunho informativo e não substituem a avaliação e diagnóstico de um médico. Por isso, é importante sempre buscar orientação profissional para ter um cuidado íntimo adequado e garantir a sua saúde.

👉 Descubra como cuidar da sua saúde íntima, leia também: Checklist do cuidado íntimo.

Referência

CIASCA, S. V.; HERCOWITZ, A.; JUNIOR, A. L. Saúde LGBTQIA+: Práticas de cuidado transdisciplinar. 1ª edição. São Paulo: Editora Manole, 2022.

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