Pessoas trans têm uma identidade de gênero diferente do sexo atribuído no nascimento e podem decidir procurar intervenção médica para reduzir a divergência entre sua identidade de gênero e sua aparência física.
No caso de homens trans, eles costumam buscar a terapia hormonal com testosterona, na intenção de desenvolver características masculinas enquanto suprimem características femininas.
Algumas das características desejadas que podem ajudar a resolver a inconformidade de gênero incluem tom de voz mais grosso, redistribuição da gordura corporal, amenorreia (ausência de menstruação), desenvolvimento de pelos corporais e um corpo mais musculoso.
Os efeitos adversos desses hormônios podem incluir oscilação de humor, acne, odor corporal, dor pélvica e a atrofia vaginal.
Existem muitas condições e efeitos adversos associados à terapia hormonal que não são amplamente discutidos na área médica. Essa falta de conhecimento contribui para a dificuldade no acesso à saúde pela população transgênero.
A ligação entre a testosterona e a atrofia vaginal
A atrofia é definida como o desgaste de uma parte ou tecido do corpo, e a atrofia vaginal, também conhecida como vaginite atrófica, refere-se especificamente ao adelgaçamento dos tecidos geniturinários ao redor da vagina. É reconhecida como uma parte natural do processo de envelhecimento para pessoas com vaginas, porque elas têm cada vez menos estrogênio disponível devido à menopausa.
Pessoas trans masculinas podem ter atrofia vaginal quando tomam testosterona, que é usada para oprimir o estrogênio no tecido geniturinário ou na vagina.
A atrofia vaginal é caracterizada por queimação, coceira, manchas, corrimento amarelo, infecções vaginais recorrentes, secura vaginal e dor durante a relação sexual. No entanto, algumas pessoas podem não apresentar sintomas.
É uma condição que pode ser bastante angustiante para os pacientes, pois também pode causar dispareunia (dor genital que ocorre durante a relação sexual) e disúria (dor ou desconforto ao urinar).
Tratamento para atrofia vaginal em homens trans
Embora acreditemos entender o mecanismo por trás da atrofia vaginal em homens trans, o tratamento atual para a condição não é baseado em evidências. Apesar de que pareça que a vaginite atrófica em homens trans e mulheres na pós-menopausa resulte de um estado de deficiência de estrogênio, os mecanismos fisiológicos por trás dessas depleções são completamente distintos.
Embora o estrogênio tópico possa ser um tratamento eficaz para a vaginite atrófica experimentada por homens trans, não está claro neste momento se isso é verdade. Além disso, o uso de estrogênio tópico em homens trans pode levar à absorção sistêmica e ao desenvolvimento de características feminilizantes, exacerbando assim a disforia de gênero.
Até o momento, não há pesquisas realizadas para quantificar a prevalência de atrofia vaginal entre a população trans, para avaliar a eficácia do estrogênio na resolução da vaginite atrófica ou para avaliar os efeitos de feminização e disforia de gênero.
Uma opção que pode auxiliar com a secura vaginal, causada pela atrofia vaginal, é o uso da LEDterapia.
Um tratamento nada invasivo e totalmente indolor, que ao ser aplicado na região da vagina, estimula a resposta de cura do próprio corpo para regenerar o colágeno, estimular a produção de elastina, aumentar o fluxo sanguíneo e a formação de vasos sanguíneos (vascularização).
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Como a atrofia vaginal afeta homens trans é apenas um exemplo de um problema de saúde LGBTQIAPN+ que não é discutido na educação médica, é pouco compreendido e inexplorado.
Devemos lutar para que haja mais financiamento em pesquisas sobre saúde transgênero para que possamos atender melhor a essa população crescente e reduzir as disparidades de saúde associadas.