You are currently viewing Saúde íntima bissexual: cuidados específicos

Saúde íntima bissexual: cuidados específicos

Dia 23 de setembro é o Dia da Visibilidade Bissexual: uma data para celebrar a existência e a resistência da bissexualidade. Mas, visibilidade não é só sobre ser visto; é sobre ser compreendido em toda a sua complexidade – e uma parte fundamental dessa compreensão passa pela saúde íntima.

Para pessoas bissexuais, a conversa sobre saúde sexual frequentemente fica em um limbo. Os materiais educativos tendem a ser muito binários: falam para “mulheres heterossexuais” ou “homens que fazem sexo com homens”. E onde ficam as pessoas bissexuais, cujas experiências e corpos podem transitar entre diferentes gêneros e práticas? Pereira et al (2025) elucidaram:

“Um estudo realizado nos EUA considerou que mulheres lésbicas e bissexuais relataram maior [índice de] depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, consumo abusivo de álcool e automutilação, em comparação com mulheres heterossexuais.”

A verdade é que a saúde íntima bissexual tem suas particularidades. Este post é um convite para uma conversa franca, sem julgamentos, sobre como cuidar da saúde de forma integral, levando em conta a realidade de pessoas que amam independentemente do gênero. 

Visibilidade também é sentir-se bem na própria pele. Faça da luz do Vulvallux uma aliada da sua intimidade: clique aqui.

Por que a saúde íntima bissexual é diferente?

Antes de partirmos para os cuidados práticos, é crucial desfazer um estigma perigoso. Ser bissexual não é, por si só, um fator de risco para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O que existe é um contexto de vulnerabilidade alimentado por vários fatores.

Falta de informações específicas

Como mencionado, a escassez de materiais direcionados a essa população costuma deixar lacunas no conhecimento sobre prevenção em diferentes tipos de relação sexual.

Barreiras no acesso à saúde 

O preconceito (bifobia) dentro e fora da comunidade LGBTQIAP+ pode fazer com que pessoas bissexuais evitem procurar serviços de saúde por medo de julgamento, levando ao diagnóstico tardio de muitas condições. Segundo o estudo de Rodrigues e Falcão (2021):

“A dificuldade central em torno da consulta ginecológica apontada pelas nossas participantes, independentemente se lésbicas ou mulheres bissexuais, foi a postura pouco receptiva do profissional, seja ele da rede particular seja da rede pública de saúde. Para Naira, Luiza e Lia, por exemplo, havia temas importantes como cólicas menstruais, preocupação com endometriose e cistos no ovário, respectivamente, mas que, diante da pouca abertura ao diálogo, deixavam de apresentar.”

Estereótipos danosos

Conceitos errados, como a ideia de que pessoas bissexuais são “promíscuas” ou “ponte” para ISTs, criam um ambiente de desconfiança e dificultam conversas francas sobre saúde com parceires e profissionais.

Dinâmicas de relacionamento

Pessoas em relacionamentos lésbicos ou com mulheres, por exemplo, muitas vezes sentem menos pressão social para usar preservativo, embora os riscos de transmissão de algumas ISTs (como HPV, herpes e sífilis) existam em qualquer prática sexual.

Reconhecer esses fatores não é criar alarmismo. É entender o cenário para poder agir com mais consciência e segurança em um mundo em que a bissexualidade se mostra cada vez mais presente:

“Entre as mulheres da Geração Z [nos EUA], 23% se identificam como bissexuais, em comparação com 12% das millennials. Embora os homens geralmente tenham sido menos propensos a se identificar como bissexuais, isso está mudando entre aqueles na faixa dos 20 anos. Oito por cento dos homens da Geração Z se identificam como bissexuais, em comparação com 2% dos millennials, e a Geração Z é a única faixa etária na qual os homens têm mais chances de se identificar como bissexuais do que como gays.”

Respeito ao corpo, respeito às suas escolhas: Vulvallux, autocuidado que cabe na vida real. Clique e garanta o seu.

Saúde íntima bissexual: cuidados íntimos essenciais

Agora, vamos ao que mais interessa: a prática! Estes cuidados a seguir devem ser considerados um roteiro básico, independentemente do gênero de seu/sua parceire.

1. A prevenção de ISTs é fluida (e não apenas sobre penetração!)

A regra é clara: use barreiras de proteção em toda e qualquer relação sexual, especialmente com parceires novos/novas ou não testados para ISTs… E isso vai muito além do preservativo masculino na penetração vaginal/anal.

Camisinha masculina (externa) 

É eficaz para sexo oral, vaginal e anal. Para sexo oral no pênis, camisinhas com sabor podem aumentar o prazer.

Camisinha feminina (interna) 

Uma excelente alternativa para sexo vaginal e anal. Ela cobre parte da vulva, oferecendo uma proteção adicional.

Barreira dental (ou dental dam

Este é o item mais subutilizado: uma barreira de látex fina usada para sexo oral na vulva, na vagina e no ânus. É a forma mais segura de praticar sexo oral nessas regiões, prevenindo a transmissão de ISTs como HPV, herpes, sífilis e hepatite. 

Você pode improvisar um dental dam caseiro cortando uma camisinha masculina aberta (não é o ideal, mas funciona em uma emergência); o ideal é comprar o produto original.

Luvas de látex ou nitrílicas 

Perfeitas para fisting, massagem prostática ou qualquer atividade que envolva dedos na vagina ou ânus, especialmente se houver cortes nas mãos ou feridas na região íntima.

Seu corpo não é um problema a resolver; é uma casa a habitar. Ilumine-a a partir de hoje com o Vulvallux.

2. A higiene é sua aliada

A vulva e a vagina são ecossistemas sensíveis. A regra número um é: nada de duchas vaginais internas. Elas removem a flora bacteriana natural, deixando a região mais vulnerável a infecções (como a vaginose bacteriana e a candidíase).

Foco no básico que funciona

Lave a vulva (parte externa) apenas com água ou sabonetes íntimos com pH adequado (em torno de 4,5). Evite sabonetes comuns, perfumados ou antibacterianos.

Cuide bem dos seus brinquedos sexuais 

Se você compartilha vibradores, dildos ou outros brinquedos com parceires, lembre-se de recobri-los com preservativo sempre que possível. A higienização após cada uso é obrigatória: lave-os com água e sabão neutro. Para uma limpeza mais profunda, existem sprays específicos para brinquedos sexuais.

Urine após o sexo 

Esse hábito simples ajuda a prevenir infecções urinárias, especialmente após o sexo vaginal.

Higiene do pênis (com ou sem prepúcio)

Evite duchas internas na uretra, desodorantes/perfumes íntimos e sabonetes esfoliantes. Após o sexo, limpe a região para retirar lubrificantes e outros resíduos; se usar preservativo, descarte-o logo após a relação. Fique atente a sinais de vermelhidão, coceira, dor, fissuras ou secreção (se aparecerem, procure avaliação médica). Roupas íntimas de algodão e trocar a cueca diariamente ajudam a manter o microambiente seco.

3. A saúde mental é o alicerce da saúde íntima

Não podemos dissociar o corpo da mente. A bifobia internalizada, a pressão da “monossexualidade” e a solidão dentro de uma comunidade que às vezes exclui seus próprios membros têm um impacto real na saúde bissexual.

Estresse e imunidade

O estresse crônico pode baixar a imunidade, tornando o corpo mais suscetível a infecções, incluindo as íntimas.

Autoestima e cuidado 

Cuidar da saúde íntima é um ato de amor-próprio. Valorizar o próprio corpo e seu prazer é fundamental para uma vida sexual saudável.

Busque apoio terapêutico se necessário

Se estiver difícil lidar com questões de saúde mental, considere terapia. Um psicólogo especialista na população LGBTQIA+ pode ser um pilar fundamental para lidar com esses desafios.

Tecnologia que não julga, só soma: o Vulvallux acompanha o seu ritmo. Disponível aqui.

4. Agende check-ups regulares

Não espere sentir algo errado para procurar um médico. Check-ups anuais são essenciais.

Para pessoas com vulva/vagina

O check-up inclui exame ginecológico, Papanicolau (para rastrear o HPV e prevenir o câncer do colo do útero) e teste para as principais ISTs (sífilis, HIV, hepatites B e C, clamídia, gonorreia). 

Dica importante: na hora da consulta, deixe claras as suas práticas sexuais. Diga “tenho relações com pessoas de diferentes gêneros” para que o profissional solicite todos os exames necessários (por exemplo, coleta anal para HPV se houver prática de sexo anal).

Para pessoas com pênis

Consulte um urologista para exames de rotina e testes de ISTs. A mesma honestidade sobre suas práticas sexuais é crucial.

Vacinação sempre em dia

Verifique sua carteira de vacinação. A vacina contra o HPV é recomendada para todos que têm vida sexual ativa e é uma ferramenta poderosa de prevenção, embora sua disponibilidade gratuita pelo SUS seja limitada a alguns públicos prioritários:

  • Crianças entre 9 e 14 anos, de ambos os sexos;
  • Pessoas de 9 a 45 anos vivendo com HIV, transplantadas (órgãos ou medula óssea) ou em tratamento oncológico;
  • Homens e mulheres de 15 a 45 anos, vítimas de violência sexual e com sistema imunológico saudável, que não tenham iniciado ou completado a vacinação contra o HPV;
  • Indivíduos de 15 a 45 anos em uso de PrEP para prevenção do HIV, sem vacinação prévia contra o HPV ou com esquema vacinal incompleto (conforme protocolo específico para idade ou condição);
  • Pessoas diagnosticadas com Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR).

A vacina contra a Hepatite B, que é considerada uma IST, também é importantíssima; ela está disponível gratuitamente no SUS para pessoas de todas as idades. 

O vírus é extremamente infeccioso e se transmite facilmente por fluidos corporais (incluindo sêmen e fluidos vaginais) em qualquer relação sexual. Como a bissexualidade envolve relações com diferentes gêneros, é crucial estar protegide contra uma infecção que pode levar a sérios problemas hepáticos. A vacina é um ato de cuidado com o futuro.

5. Conte com a LEDterapia do Vulvallux

E por falar em cuidado que respeita a sua individualidade, que tal unir tecnologia de ponta e conforto para elevar ainda mais a sua saúde íntima? Apresentamos a LEDterapia, uma grande aliada que você pode ter na palma da mão – com o Vulvallux.

A luz dos LEDs (diodos emissores de luz) é uma tecnologia não invasiva que utiliza comprimentos de onda específicos para interagir com as células do nosso corpo, promovendo uma série de benefícios. O Vulvallux, que consiste em uma pequena placa com LEDs, foi desenvolvido para levar os poderes dessa tecnologia diretamente para a região vulvar de forma prática, segura e discreta.

A LEDterapia do Vulvallux tem comprovação científica. Leia alguns estudos aqui.

Saúde íntima bissexual: como a LEDterapia pode fazer a diferença na rotina?

Os LEDs vermelhos e infravermelhos presentes no Vulvallux são conhecidos por seu poder de estimular a circulação sanguínea e promover a regeneração celular. Ajudam a acalmar irritações leves e contribuem para a hidratação natural da pele, combatendo o ressecamento na região íntima

A LEDterapia atua para melhorar a lubrificação e a elasticidade da pele, contribuindo para a manutenção de um tecido saudável.

Para quem tem vulva, o Vulvallux ajuda em casos de…

  • Ressecamento e queda de lubrificação (ex.: pós-parto e menopausa/SGM), como apoio para conforto local e hidratação tecidual; 
  • Desconfortos superficiais/dor leve e recuperação tecidual (ex.: pós-laceração, pós-procedimentos), como coadjuvante não medicamentoso;
  • Síndrome geniturinária da menopausa (atrofia vaginal), dor miofascial do assoalho pélvico e incontinência de esforço.

Para quem tem pênis e bolsa escrotal, o Vulvallux ajuda em casos de…

  • Desconforto de pele no púbis, base do pênis, virilha e períneo após atrito/fricção (treino, roupas justas, longas caminhadas, sexo mais intenso);
  • Manejo de disfunção erétil, como apoio em protocolos da fisioterapia pélvica (aplicado sob a bolsa escrotal) e sempre com orientação especializada. 

É importante lembrar…

A LEDterapia é uma terapia de apoio. Ela não substitui a consulta médica para diagnósticos ou tratamentos de condições específicas. Ela é uma ferramenta fantástica para o cuidado de rotina, complementando todos os outros hábitos saudáveis que citamos acima.

Incorporar o Vulvallux na sua vida é abraçar uma forma moderna e inteligente de se cuidar. É permitir que a tecnologia trabalhe a seu favor para uma sensação prolongada de conforto, com mais saúde e mais autoestima.

Entre a pressa do dia e a intensidade da noite, 10 minutos com o Vulvallux mudam tudo. Comece essa jornada agora.

Conclusão: a saúde íntima bissexual importa

Neste Dia da Visibilidade Bissexual, reafirmamos que a saúde íntima bissexual merece um olhar especial. Cuidar dela de forma consciente e proativa é um ato político de autoafirmação; é dizer ao mundo que você se vê e se cuida em toda a sua complexidade.

Celebre quem você é, mas não se limite a isso. Exija um atendimento de saúde que acolha a sua realidade. Converse abertamente com seu parceire sobre prevenção. E, lembre-se: a busca pelo prazer seguro e pela saúde integral é um direito de todo ser humano, qualquer que seja sua orientação sexual.

Ainda tem dúvidas sobre saúde íntima? Acreditamos no poder da informação sem tabus. Explore nosso blog e nossa FAQ para mais conteúdos que respeitam e valorizam a sua individualidade.

Saúde íntima bissexual: referências bibliográficas

  1. PEREIRA, Maria Eduarda Delduque; SILVA, Gisele Pereira da; TORRES, Marck de Souza; FERREIRA, Breno de Oliveira. Análise da produção científica sobre a saúde de mulheres bissexuais. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 35, n. 1, 2025. Disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/C8tN6K5ts7LvG3h3PQWWbrw/?format=html&lang=pt. Acesso em: 22 set. 2025.
  2. RODRIGUES, Julliana Luiz; COUTO FALCÃO, Marcia Thereza. Vivências de atendimentos ginecológicos por mulheres lésbicas e bissexuais: (in)visibilidades e barreiras para o exercício do direito à saúde. Saúde e Sociedade, v. 30, n. 1, 2021. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/sausoc/2021.v30n1/e181062. Acesso em: 22 set. 2025.
  3. THE NEW YORK TIMES. Quase um a cada 10 adultos nos EUA se identifica como LGBTQIAPN+, aponta pesquisa. O Globo, Rio de Janeiro, 21 fev. 2025. Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/epoca/noticia/2025/02/21/quase-um-a-cada-10-adultos-nos-eua-se-identifica-como-lgbtqiapn-aponta-pesquisa.ghtml. Acesso em: 22 set. 2025.
  4. BRASIL. Ministério da Saúde. Imunizar para Hepatite B e HPV. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Atualizado em: 1 ago. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/prevencao-combinada/imunizar-para-hepatite-b-e-hpv. Acesso em: 22 set. 2025.

Deixe um comentário